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Construindo Caminhos: a transição do Nico para a Vida Adulta

Depois da fase escolar, muitos jovens se deparam com uma nova realidade: anos deixam de ser contados pelo “passar dos anos” e se tornam uma passagem inevitável do tempo com uma perspectiva mais ampliada da vida. É um sentimento desafiador para qualquer jovem. Contudo, é ainda maior para aqueles que não seguem o caminho privilegiado dos estudos acadêmicos ou de uma formação profissional estruturada.

No Brasil, apenas 19,2% da população com 25 anos ou mais concluiu o ensino superior em 2022, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Contudo, se olharmos de perto e atentamente, há muitas outras maneiras de viver a vida. É nesse contexto que se inserem os direitos humanos e foi essa perspectiva que ampliou minha visão sobre a continuidade do desenvolvimento do meu filho atípico.

Nico é um ser humano completo. E como qualquer outro, terá que trilhar seu próprio caminho para cumprir seu ciclo de vida nesse planeta, nesse momento do universo, aqui e agora. Como mãe, meu papel é apoiar o seu desenvolvimento, a sua inserção na vida adulta, ajudá-lo a se perceber útil, amado, para que ele também possa amar outras pessoas e descobrir seus próprios interesses e paixões

Preciso ajudá-lo a desenvolver sua autonomia de escolha, preciso procurar apoios para que ele se torne um adulto incluído na sociedade. Por mais que o ame com todas as minhas forças, não posso protegê-lo ao ponto de restringir sua liberdade, mantendo-o limitado aos padrões e demandas do mundo produtivo. A vida é vasta, enorme, e Nico merece e há de encontrar o seu caminho.

Os primeiros anos da juventude – junho de 2016

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